"Uma mulher casada tem restricto dever de não ter umas amiga que o seu marido não estime, e com quem elle não deseje a intimidade absoluta. A desintelligencia de muitos casaes vem d'essa errada comprehensão da obediencia conjugal. Se tu tiveres a melhor, a mais antiga, a mais dedicada das amigas, e que elle não agrade a teu marido, deves sacrifica-la (...).
Dá-te toda, completamente, ao esposo da tua alma; imola-lhe o mundo, as affeições antigas, os gostos, as vaidades de espirito, os prazeres, ainda os mais innocentes do coração, e só depois de haveres feito isso tudo, terás direito a queixar-te a Deus, se elle não corresponder ás esperanças que no seu amor tu puzeste!"
CARVALHO, Maria Amália Vaz de, "Cartas a uma Noiva", 4ª edição, Lisboa, Editôres - Santos & Vieira, 1919, p.127-128
Este livro e mais uma dezena de preciosidades com cerca de 100 anos, encontrei ontem em casa da Marília, a Madrinha de uma grande amiga, e grande ilustradora, Cristina Sampaio. Obrigada às duas pela literatura de gabarito, em matéria de educação para o casamento, sexualidade e papéis de género, na época dos nossos antepassados mais próximos (séc. XIX e XX). Verdadeiras pérolas!
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