2010/04/28

E de repente tudo parece diferente...


Bill Haley - Rock Around The Clock (1956) 

One, two, three o'clock, four o'clock, rock,
Five, six, seven o'clock, eight o'clock, rock,
Nine, ten, eleven o'clock, twelve o'clock, rock,
We're gonna rock around the clock tonight.

Put your glad rags on and join me, hon,

We'll have some fun when the clock strikes one,
We're gonna rock around the clock tonight,
We're gonna rock, rock, rock, 'til broad daylight.
We're gonna rock, gonna rock, around the clock tonight.

When the clock strikes two, three and four,

If the band slows down we'll yell for more,
We're gonna rock around the clock tonight,
We're gonna rock, rock, rock, 'til broad daylight.
We're gonna rock, gonna rock, around the clock tonight.

When the chimes ring five, six and seven,

We'll be right in seventh heaven.
We're gonna rock around the clock tonight,
We're gonna rock, rock, rock, 'til broad daylight.
We're gonna rock, gonna rock, around the clock tonight.

When it's eight, nine, ten, eleven too,

I'll be goin' strong and so will you.
We're gonna rock around the clock tonight,
We're gonna rock, rock, rock, 'til broad daylight.
We're gonna rock, gonna rock, around the clock tonight.

When the clock strikes twelve, we'll cool off then,

Start a rockin' round the clock again.
We're gonna rock around the clock tonight,
We're gonna rock, rock, rock, 'til broad daylight.
We're gonna rock, gonna rock, around the clock tonight.

2010/04/26

Ser (Homo) Sexual

 "Vamos falar de Homossexualidade para que dela se deixe de falar quanto antes. 

A sexualidade não é só uma (nem duas, nem três). É tantas quantas as pessoas que a vivem. 

Olhar a Homossexualidade como um vício, ou até como uma doença, é uma superficialidade que começa a tornar-se menos frequente. Mas o caminho até à aceitação pura e simples da diferença é longo ainda. 

Afinal o que está em questão é o quanto custa um ser tornar-se pessoa. Quando o é, tudo lhe é permitido. Até... a heterossexualidade!"

Helena Vaz da Silva, "Ser (Homo) Sexual", Encontros Centro Nacional de Cultura, Organização CNC e Rádio Comercial, Abril e Maio de 1982 

2010/04/22

Foto-novela Crónica Feminina



Quadrícula da primeira foto-novela portuguesa, publicada com imenso sucesso na Crónica Feminina, a partir de Novembro de 1959. 

"Casamento por anúncio" é uma história de amor, claro. Um rapaz rico, namoradeiro, é instigado pelo pai a encontrar noiva no espaço de 30 dias. Lembra-se de pôr um anúncio no jornal. Quem responderá a este apelo?

2010/04/20

Marcel Pagnol

"-Não é doméstica... o que tu serás!
-Então serei o quê?
-Tu serás a patroa! Tu comandarás e eu amar-te-ei..."

Excerto de uma declaração de amor, no filme Manon de Sources, de Marcel Pagnol, aqui!


2010/04/16

"Também a avó foi Menina e Moça"


Quando chegava o verão, os artigos nas revistas enchiam-se de conselhos e considerações sobre as férias. Estamos na década de 50, mais concretamente em 1952. 

Nas publicações da Mocidade Portuguesa Feminina, o tema do fato de banho era... redundante... uma preocupação... muito preocupante. 

Curiosamente, neste artigo da Menina e Moça (Revista da MPF), as férias das avós do início do século XX, pareciam bem mais divertidas, do que os modelitos de actividades e atitudes propostos na época, para as jovens que se queriam "moralmente puras".


2010/04/15

Duas visões natalícias do género


 Crónica Masculina



Crónica Feminina

2010/04/14

"Tirar para fora"



«O meu marido usava camisas, e às vezes tirava para fora. Uma vez o médico receitou-me a pílula, mas outro médico.. mais tarde...disse-me: “Isso não engorda de uma maneira, engorda da outra!”. E eu deixei de tomar. A gente era estúpida, porque realmente devíamos tomar. O acto sexual não se realizava como devia ser... não é? Era mesmo assim, com medo. Tínhamos de ter muito cuidado. A vida era má, para arranjar mais filhos não era bom. Não estávamos habituadas à pílula, foi isso. A igreja também era contra a camisa. Preservativos tínhamos quase sempre em casa e nas outras vezes era a fugir, tirava». 
Mulher, 78 anos, Anónima, vive em Lisboa, mas é de uma aldeia nas Beiras

2010/04/13

"O prazer é irmão do pecado e primo-irmão da culpa"

«Damo-nos ao trabalho de educar a criança a usar com propriedade o talher à mesa, mas fugimos, quando provocados, à obrigação de mostrar-lhe o significado dos seus órgãos reprodutores. 

Há o que quer que seja dolorosamente patético na liga formada pelos pais e mestres, apavorados, no afã de perpetuar a estúpida e criminosa ficção, a mentira mortal de que o prazer é irmão do pecado e primo-irmão da culpa. Até os que lograram escapar aos mais grosseiros resultados da falsa educação sexual ainda se encontram envenenados pelo incómodo sentimento de que alguns aspectos do sexo não são totalmente respeitáveis nem "correctos".
p. 234

Os  pais que encontraram no sexo uma experiência enriquecedora e geradora de alegria, hão de querer dar aos filhos o tipo de orientação que lhes assegure idêntica experiência»
p. 236

BROWN, Fred e  KEMPTON, Rudolf T, "Sexo: Perguntas e Respostas - Guia para um Casamento Feliz; São Paulo, Editôra Cultrix, 1963, 2ª Edição


2010/04/12

Mulheres de calças





Em 1955, a Revista Modas e Bordados (suplemento do Século) exibia mulheres de calças, na capa. O discurso desta Revista (que Maria Lamas chegou a dirigir) é bastante mais liberal do que o das restantes publicações na época. Há artigos sobre o papel da mulher no casamento, no lar, no trabalho, que questionam a vigência moralista da época.

2010/04/08

História da Vida Privada



"Ainda nas vésperas da guerra de 1940 uma mulher do povo respondia, indignada, a uma directora da escola de Chartres [França] que chamava a atenção para o facto de a filha ter passado a ser menstruada: «Tenho cinquenta anos, minha senhora, e nunca me lavei aí»"

Artigo "A Família e o Indivíduo", in História da Vida Privada, Lisboa, Edições Afrontamento, 1991, pág 96

Um excelente livro para ter em casa!

2010/04/07

Córin Tellado


"Tres madres putativas se ocuparon de la educación y del sano ocio de sus hijas, las sufridas mujeres espanolas de la posguerra: Pilar Primo de Rivera, Córin Tellado y Elena Francis.
Pilar (...) dirigía con mano y ademán firme los resortess ideológicos, morales y espirituales a través de la Sección Feminina. Dona Francis, desde la radio, instruía y alertaba a las púberes (...) de los riesgos pecaminosos de la carne trémula y de la defensa - hasta la muerte - de la virgindad; a las casadas les recordaba la indisolubilidad del matrimonio canónico - «paciencia, hija, paciencia» -, soplándoles de seguido una ristra de mesajes publicitarios de sus productos de belleza, mientras que Córin suministraba semanalmente apasionados romances a las muchachas sonadoras que leían - las que sabían leer, que no eran muchas - sus novelas rosa.
Pág 379

He pretendido únicamente llenar un vacío cuando la gente necesitaba de un tipo de literatura de consumo que yo acerté a darle. En aquel momento crucial, había una necesidad porque 
la gente carecía de todo, no había libertad, existía una represión horrible y entonces vino Corín Tellado y les dio aquello que quería el pueblo. Entonces me hice famosa. Ahora no me haría famosa. 

(...)

Había un erotismo oculto, alguna insinuiación. A pesar de la censura, yo no me he quedado con ninguna novela. Siempre he sido maliciosa, bastante audaz y ditíamos que bastante lista. He cambiados lós términos, he insinuado en lugar de decir y he logrado colarlo todo. Fui la primeira escritora que puso besos en una novela en aquella época".   
Pág. 385

VINOLO, Juan Soto, Los Anos 5o, Madrid, La Esfera de los Libros, 2009


2010/04/06

O "Maillot"


Foto de Reportagem publicada na Revista Flama, a 4 de Agosto de 1950 (ano VII, nº 126, p. 24).

Nos início dos anos 50, os «maillots» eram obrigatórios para os homens. Na década anterior, os modelos masculinos tinham ainda uma espécie de saiote à frente para esconder o volume do sexo. São interessantes as histórias que venho ouvindo sobre a praia e o fato de banho. Homens que foram presos por andarem de calções, sem camisa, perseguições a estrangeiros com modelos e atitudes mais libertinas, enfim, a moral e os costumes, na época, não davam descanso a ninguém. 

O discurso da «saúde do corpo e da alma» era quase tão omnipresente quanto Deus. E na Flama deste ano, de Junho a Setembro, a cronista feminina de serviço (Maria de Castro, rubrica "Da Mulher") vira a praia ao avesso, e explica tudo o que se pode e não se pode fazer, no território público de imoralidade, que era a beira-mar.