2010/01/07

"Escritos sobre a História das Mulheres"




 “(...) foi a guerra de 1914-1918 que, atirando os homens para a frente de batalha, 'obrigou' as mulheres a ocuparem as profissões masculinas. E, quando a guerra acabou os antigos papéis masculinos e femininos tinham sido definitivamente abolidos. A nova mulher ascendeu à generalidade das profissões: quadros de empresa, elementos dos parlamentos... A nova mulher assumiu o símbolo do prazer e do sexo, divulgado pelo recém-nascido cinema e pelas suas vedetas. A mulher fatal e a garçonette tornaram-se estereótipos da mulher moderna. Novos hábitos de consumo como o ópio o o cigarro e novos comportamentos como os cabelos curtos e os vestidos menos longos, a generalização do cocktail e o gosto pelas pistas de dança vão tornar-se os novos distintivos da mulher libertada dos anos loucos”.
p. 43

“Paradoxalmente, as netas das sufragistas, no pós-guerra de 1939-45, abandonaram qualquer veleidade por uma carreira profissional e por uma independência material. Passaram a casar cedo, a encherem-se de filhos e a terem, como ideais, comprar e mobilar uma casa nos subúrbios citadinos, transportarem para as mil e uma actividades extra-escolares, esforçarem-se nas limpezas e refeições diárias, ajudarem, através da roupa lavada e engomada, os maridos a singrarem nas suas carreiras”.
p. 149

DIAS, Fátima Sequeira, Escritos sobre a História das Mulheres, Ponta Delgada, Jornal de Cultura, 1995

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